Algumas pontes precisam ser queimadas para que não se caia na tentação de retornar a um caminho que não leva a nada.
Amores rasos, negócios opacos, sócios caros: você se lembra quantas noites custaram a difícil decisão de mudar o percurso?
Afinal, como esquecer a incerteza; os ditos dos próprios causadores de que nada daria certo, e ainda assim a coragem; como esquecer a coragem a despeito de tudo em atravessar a névoa do improvável?
Acontece que você nunca esqueceu, na verdade, sempre soube qual era a escolha certa, mas se deixou atraiçoar com a falsa expectativa da mudança interna; e quando as coisas neste novo trajeto ficarem difíceis, é nessa mesma ilusão que você vai se agarrar, porque preferimos o nocivo familiar ao proveitoso desconhecido.
Por isso, o último acesso é o que geralmente determina se haverá retornos. Se nessa passagem você deixou atalhos abertos e detalhes soltos, significa que seu inconsciente só fomentou pretextos para, no futuro, te encaminhar ao mesmo erro.
Queimar pontes significa causar uma ruptura tão brusca que te impossibilite um reatamento — por mais que você queira.
É anular a vontade do famoso:
“Posso passar aí pegar minhas coisas?”
Ou a chance de um:
“Deseja ouvir a minha nova proposta?”
Você tentou.
Já sabe como termina.
Corte as conexões e deixe arder o que já foi, fazendo destes os fogos particulares que inaugurarão a passagem para essa nova fase da sua vida.
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