Quando a guerra parece perdida, quando na luta se vislumbra apenas derrota, talvez seja o momento de parar de olhar para a batalha e passar a refletir por quem e pelo o que você luta.
De igual modo, incessantemente, já expus em outras oportunidade, a vida de um homem é uma eterna batalha. A paz, no mundo real, é apenas verdadeiramente conquistada quando a tampa do mausoléu for selada.
O arquétipo de grande gladiador não existe. Somos todos legionários romanos crus e novatos diante de uma guerra milenar, cujo estandarte levantado sequer sabemos o motivo. No fundo, tudo isto não é sobre vencer ou perder, mas sim, voltar vivo todos os dias para casa.
Seu emprego, seus negócios, seus empreendimentos, seus investimentos, talvez lhe sejam seus maiores fardos. Tão pesados quanto carregar o próprio corpo moribundo por um campo íngreme coberto de flechas. Com o estômago cheio hoje, não há tempo para aproveitar, pois amanhã poderá está vazio. E é justamente a ansiedade pelo que virá que o deprime profundamente.
Eu gostaria muito de ser o arauto que diz: a vitória está perto, basta lutar com maior determinação e disciplina. Mas eu sou o apenas o pobre centurião desertor de Roma que consola seus legionários a dizer: resista um pouco mais, tenha honra e orgulho e continue a lutar para amparar os seus e, quem sabe, voltar para casa...