“Um homem do reino Zheng
decidiu comprar um par de sapatos
para celebrar uma importante coroação.
Pegou a fita métrica,
mediu seu pé direito e depois seu pé esquerdo.
Ao sair, esqueceu a fita e as anotações sobre a cadeira.
Mais tarde,
quando encontrou os sapatos que queria,
se deu conta do esquecimento e praguejou:
“Oh infortúnio! Deixei de trazer as medidas!”
E voltou correndo para casa para buscá-las.
Ao retornar ao mercado,
a feira tinha acabado.
Não havia mais nada aberto,
e ele foi tomado por um profundo pesar
porque não pôde comprar os sapatos.
“Por que não experimentou os sapatos?”
alguém perguntou.
Ele respondeu que acreditava mais na fita
métrica do que nos seus pés.”
(Fábula Chinesa)
[!] Moral: A confiança nos conselhos não pode substituir
a fé em si mesmo.
Constantemente nos apoiamos a métodos e ferramentas crendo
que eles garantirão o nosso sucesso, maldita confiança preguiçosa que nos faz
desdenhar da própria experiência, do bom senso e de uma habilidade cinzelada
durante anos.
Para que não entrelacem os pés e se caia em ruína: tenha
perspicácia nos olhos, atenção nos ouvidos, e uma mente ágil; assim, separe o
conselho dos interesses, a razão das emoções e a análise da intuição.
Entenda o que alguém receberá por aconselhá-lo, e você o que
ganhará por não segui-lo. Muito se esconde por trás de credenciais, inclusive a
má intenção. Veja as coisas com clareza, disseque-as. Não deixe que os outros
pensem por você. Faça seu próprio julgamento.
“Isso nunca deixa de me surpreender: todos nós nos amamos
mais do que as outras pessoas, mas nos importamos mais com as opiniões deles do
que com as nossas.” — Marco Aurélio
Per Onore